Esqueça o Manual do Escoteiro Mirim.

Eu gosto de dar dicas de livros que leio. Mas não de todos os que eu leio, apenas os que realmente acho que podem fazer alguma diferença dentro desse tema que é o R.A. Mas dessa vez eu não consegui terminar o livro antes de compartilhar. Estou apenas no começo mas mesmo assim comovido e arrebatado com a história desse militar sobre quem eu conhecia muito pouco: chama-se Baden Powel. Não esqueça esse nome. Após uma vida de exemplos muito bem dados durante a sua vitoriosíssima carreira militar ele ainda criou o Movimento Escoteiro cujo objetivo é entregar adultos melhores à sociedade. Ele têm conseguido. Bear Grills, aquele mesmo do Discovery Channel, antes de celebridade foi SAS e antes disso, escoteiro. Esse é apenas um dos subprodutos do Escotismo. Não vou entrar em detalhes sobre o Escotismo e as personalidades que passaram pelo movimnto, tornaria o texto longo demais. Esse livro não é sobre técnicas que poderão ser aproveitadas no seu time, embora as encontrará aos montes. É sobre conduta. É sobre olhar o que tem que ser feito e fazer. É sobre dar o exemplo. É sobre como alguém cheio de defeitos se torna um herói pelo esforço da vontade. É sobre aventura. É sobre ter esperança quando o mundo que conhecemos hoje é tão pobre de virtudes. Nesse ponto somos iguais a Baden Powel, sentimos a tristeza, você vai perceber isso lendo o livro. Não sei onde esse livro vai me levar e se vai “manter alto o sarrafo” como têm feito nas primeiras páginas, mas definitivamente já valeu a pena. Se todos nós, devotos do Real Action, tivéssemos a oportunidade de conhecer essa personalidade e de alguma forma aplicar os seus princípios dentro do R.A.  eu não consigo imaginar o quão longe isso poderia nos levar. Se decidir ler o livro, arrange também uma pequena almofada. É para ler de joelhos.

Concurso simbólico – Especialista Suporte Metralhadora

 

Pessoal, se você for especialista Suporte Metralhadora envie foto do seu equipamento para ocarlosvalle@gmail.com. O marcador mais bem caracterizado vai ganhar um bordado do Real Action Religion. O valor é simbólico, eu sei, mas é uma forma de reconhecer aqueles que levam a brincadeira mais a sério. A qualidade da foto não importa. Se você tiver adequações no seu uniforme como um bordado com a função, por exemplo, também ajuda. As outras modalidades vão se preparando que pretendo fazer um pra cada especialista. Se algum lojista quiser apoiar mandando prêmios para os vendedores também agradeço. A votação será dos leitores. Aguardo as fotos até o dia 28 de setembro. Repassem para os amigos.

Controle do terreno

 

Pronto. Você já comprou o marcador. Você já saiu atirando loucamente e em todo mundo dentro do campo, inclusive nos amigos. Possivelmente faz isso há anos. E agora, qual o próximo passo? Pois é, se você joga R.A. suponho que tem um objetivo, uma “missão”. Seja essa missão qual for o que você precisa fazer para conseguir cumprí-la é adquirir a capacidade de estar onde quiser e no momento em que quiser dentro do teatro de operações. Só isso.

Para vencer a batalha não importa quantos você elimina. Isso não vale lá muita coisa no R.A. O que vale é você conquistar o direito de se deslocar para onde você acha que deve no tempo que quiser. Isso é R.A. Isso é “controle do terreno”. É claro que o seu adversário não vai deixar assim tão facilmente, portanto você deve conseguir isso não despejando toneladas de bolinhas, até porque não as tem, mas usando astúcia, engôdo, manobrabilidade e proeficiência tática. Essa última, por si só, já dá um texto longo pois envolve coordenação entre o time, condicionamento físico e domínio dos fundamentos como uso das comunicações e do próprio marcador.

Lembre-se disso: conquistar a liberdade de se deslocar no terreno ao tempo que você quiser. Lembre-se ainda: isso se chama “controle do terreno”. Se você comanda, pense usando essa “régua mental” na hora de decidir em como vai cumprir a missão recebida. Garanta que seus comandados entendem que “controle do terreno” é básico para o cumprimento da missão. O resto vem depois. E bem provavelmente será definido em função disso.
Te vejo em campo. Onde eu escolher.

Aos chatos

Setembro de 2008, 7h00. Não eram7h15 ou 7h01. Era 7h00. Seis operadores em semi-círculo, devidamente uniformizados com seus marcadores cruzados no peito pisando o mato baixo coberto de orvalho. Começava mais um treino dos Deltas. Aqueles operadores escolheram estar aí e de certa forma também  foram escolhidos. Contrariando o senso comum de que paintball “é pra relaxar” eles levantavam às 5h00 da madruga pegavam a estrada a tempo de ver os acidentes de carro das bebedeiras de sábado à noite. Era religioso. Tomavam bronca, baixavam a cabeça. Depois do treino feito, enquanto chegavam os outros operadores do time montavam o seu procedimento para o jogo do dia. Eram 6 contra 20, normalmente. Nem sempre venciam, na verdade perdiam até mais que venciam, mas se cultivava o espírito de superação e a confinça no companheiro de uma forma que não se costuma ver por aí muito facilmente. Posso dizer que o senso de sacrifício por si só era uma recompensa emocional muito maior que vencer o jogo. A vida é feita de escolhas e hoje em dia, mais ainda, é possível fazer escolhas sem ser considerado muito esquisito. Esse post é uma homenagem aos que fizeram essa escolha: os esquisitos e disciplinados operadores de todas as equipes Milsim/Real Action. Aqueles considerados chatos, exigentes e insatisfeitos. A todos vocês o meu Bravo!

Walk the Talk

Quem não pratica não tem direito de escrever. A verdade é essa.

E depois de quase um ano de inatividade no blog e quase isso nos jogos a intenção é que os jogos (e os posts) voltem a ser regulares.

Esse post é curto. É mais pra avisar que outros virão em seguida como vêm novos guerreiros quando tombam os que estavam à frente.

Te vejo no front.

Inatividade

A maioria do pessoal sentiu uma redução forte no número de postagens. O Real Action Religion vinha reduzindo suas atividades em função dos compromissos com o Circuito Paulista de RA e agora entra em recesso por tempo indefinido, em maior parte porque cumpri meu objetivo de dividir meus parcos conhecimentos depois que saí dos Carrapatos. Agradeço aos guerreiros leitores que se identificaram com a proposta. Tks!

Velho de Guerra


Ele nunca havia jogado paintball. Ele nunca havia jogado paintball e estava lá apenas para “tirar fotos” e filmar. Estou falando de um dos caras que bancaram o jornalista na Operação Ágata. Funcionou como um observador o tempo todo. Isenção e desconhecido quase total em relação ao Real Action.

No dia seguinte ao jogo, conversado sobre a partida, ele falou algo que me chamou demais a atenção: sentiu que os jogadores mais velhos tendem a imergir no enredo, na simulação mais facilmente do que os caras mais novos, que tendem a ver como um jogo e não como uma “Operação”. É claro que não há uma fundamentação científica nisso mas uma hipotese interessante para ser investigada. Gente com mais de 25 anos leva mais a sério o RA, a Operação e realmente entra no “clima” com facilidade. Não quer dizer que quem tem menos de 25 não o faça, mas aos olhos de quem é de fora da nossa área esse “recorte” de realidade ficou evidente e gritante. Bom, como eu estou nos meus 42 vou ter isso como um elogio.